segunda-feira, 23 de junho de 2008

Saudade E Outras Dores - Capitulo 06

Cena 06 – Ext. Festa à Fantasia. Tenda de Bebidas. Fundos. Noite. 1990

Carla esta sentada, morro abaixo, descabelada, calças arriadas, olhar abobado, distante. Olha para cima, no alto de um pequeno morro, vê uma tenda, pessoas, ouve musica, barulhos. Fantasiada de Diaba Pornô, ela parece mais ter sido atropelada, meio sem direção, enquanto uma musica de James Brown toca ao fundo. Um rapaz fantasiado de anjo, cabelos loiros e cacheados, passando por ali, percebe Carla, meio perdida, aproximando-se:

Anjo Loiro
- E ai Diabona, precisando “duma” ajuda divina?

Carla parecendo não acreditar no que acabara de ouvir, olha o anjo seriamente, toda despenteada, arrumando suas calças e seus sapatos, segurando no ombro dele. Ao reergue-se volta a olha-lo seriamente, gargalhando escancaradamente em sua cara, deixando- o completamente sem graça:

Carla
- Hahahahahahahahahahaha...(rindo debochadamente), olha só, anjinho “bunitinho”, vê se vai andando vai...deixa a titia em paz...

O anjo sorri para Carla, tirando do bolso da sua estranha roupa de anjo, um pequeno frasco, balançando-o para a Diaba despenteada e desarrumada:

Anjo
- Será que a titia diabona não ta a fim “dum” cicoplégico?...canal aberto com o Todo Poderoso...palavra de anjo...(sorrindo malandramente)


Carla arregala os olhos, num misto de surpresa e satisfação, pega o colírio das mãos do anjo e pinga duas gotas em cada narina,coça seu nariz de uma forma engraçada, fofa, e devolve o frasco para o anjo, enquanto uma musica de James Brown toca ao fundo. Carla termina de se recompor, e antes de subir morro acima, em direção a tenda de bebidas, segura o anjo pelos cabelos lhe roubando um beijo. Ele sem nada entender, apenas se deixa beijar. Ela o larga e começa a subir morro acima, já sob o efeito da droga que inalou.A medida que sobe, a musica se torna mais presente e sua visão sobre tudo parece distorcida, deturpada. Ela caminha de um jeito estranho, engraçado. No fim da subida, logo ao lado da tenda, encontra com Kiko, que a surpreende, vestido de Black Power, numa mão caneca com chopp, cigarro ao canto da boca, jeito fanfarrão, camisa com bolas coloridas e um grande colar ao redor do pescoço, ele parece se divertir:

Kiko
- Dai Carlôca,...”Venha me beijar, minha doce diaba, uou, uou, uouuuu...na luz do luaaaarrr(desafinado)...nossa, Carlota, tu ta bem loca hein...o que que tu tomou ô coisa?...hahahaha...Vem ca vem, vem com o papi...vou te dar um negócinho que vai te deixar esperta de novo...

E pegando Carla pelo braço, Kiko vai levando-a até a mesa onde esta Fabio, completamente bêbado, no caminho ele tira de seu bolso um saquinho com um pouco de cocaína, retirando um pouco com uma chave e dando para Carla inalar, que sem saber ao certo o que esta fazendo, apenas obedece Kiko:

Carla
- Kiko, isso é um téco?

Kiko, rindo para Carla, apenas concorda:

Kiko
- Vamô da um téquinho só Carlóta..só pra você acordar...você precisa parar de cheirar esses colírios de farmácia sua coisa, muito produto químico Carlota(inalando um pouco de cocaína, com uma chave), muito produto químico...farmááááácia...(em tom assomboso)

Kiko inala mais um pouco da droga e faz com Carla faça o mesmo, nesse instante ela sente como se tivesse sugado o mundo pelas suas narinas, uma sensação de urgência, ansiedade e excitação, muitos prazeres se confundem e no momento em que eles chegam a mesa onde esta Fabio, escorado, Carla não consegue controlar toda sua loucura, e ao lado da mesa, vomita tudo o que consumiu nesses últimos minutos. Nesse momento, Téo e Julia chegam na mesa, e não entendem ao certo porque Carla esta largada ao lado dela, no chão. Fabio esta escorado na mesa, quase apagado, Kiko, bebendo compulsivamente, os olha sério:

Kiko
- “Bunito” hein crianças...”Ti amu” meu Brasil...

Todos riem.

Corta Cena 06

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Saudade E Outras Dores - Capitulo 05

Cena 05 – Int. Dia. Sede das Sras. Atuantes do Sagrado Coração de Jesus. Setembro. 2003.

Carla esta sentada em frente ao seu computador. Entre seus email, um em particular, mexe profundamente com ela. Uma mensagem de uma amiga a muito distante. Carla fica olhando o email, sem crer no que lê. Ela esta concentrada, sua sala, silenciosa. O telefone toca, assustando-a, quebrando o silêncio. Ela atende, ainda recuperando-se do susto:

Carla
- Alô...oi querido...(pausa).É, eu sei...acabei de ver também...um convite é?...é...ela me mandou um email..é...ela mesma...bom né?...como assim??...(pausa). Não! Não, não sei não sei mesmo...não sei...acho que não...(pausa) talvez seja preciso...não, eu não sei, não sei mesmo...olha Fabio...(pausa, segura o choro)...acho que precisamos ir sim...olha Fabio(não conseguindo segurar o choro), depois a gente fala disso ta?...vou desligar, ta bom?...tchau. Tchau.

Carla desliga o telefone e olha fixamente para o monitor. Acende um cigarro, fica pensativa, fecha os olhos, enquanto traga seu cigarro.

Corta Cena 05

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terça-feira, 10 de junho de 2008

Saudade E Outras Dores - Capitulo 04

.Téo.

Cena 04 – Int. Festa à Fantasia. Banheiro. Noite. 1990

Teo e Julia estão em um pequeno banheiro. Ela, vestida de colegial, meias 3/8, saia rodada, bluzinha branca e quase transparente, deixando a mostra o belo sutiã de renda, lencinho xadrez ao pescoço. Ele, trajando a mesma roupa do personagem do filme Laranja Mecânica, inclusive a famigerada saqueira. Julia esta sentada na privada, pernas abertas, segurando numa das mãos um pequeno espelho, com um punhado de cocaína e na outra uma nota, enrolada como um canudo. Teo esta cortando um pedaço de papel com uma pequena figura desenhada, enquanto ri para Julia, que parece atrapalhada com sua ação. Ela inala a droga, pega um cigarro e acende. Um clássico de James Brown toca ao fundo.
Teo toma sua parte do pequeno pedaço de papel recortado. Aponta para Julia:



Teo
- To...toma ai, “Doublé Face” baby...loucura pouca é bobagem...(rindo e mostrando sua língua com um pequeno pedaço de papel nela)

JULIA sorri e toma sua parte. Teo pega um cigarro. A musica continua alta e intensa:

Teo
- Ju...empresta o fogo?

Julia faz um gesto com as duas mãos, como se segurasse uma arma, dando um tiro em Teo, que age como se tivesse sido atingido. Os dois riem, ela lhe da um isqueiro. Ele acende o cigarro e a pega nos braços, de uma forma viril:

Teo
- Vem ca vem minha “durinha”, melhor ficar loca de doce que desse negocio amargo ai...

Julia, sem reagir, vai cedendo aos ataques de Teo

Julia
- Hey, calma ai “Garoto Ultra Violento”...deixa eu engolir minha metadinha antes...(deixando-se beijar por Teo)

Teo e Julia beijam-se apaixonadamente, então se olham. Ele sorri para ela, abrindo a porta do banheiro, e o som antes baixo toma conta do ambiente, mergulhando-os numa viagem sonora e visual, entre gargalhadas, burburinhos, ruídos os dois saem de mãos dadas, com a musica tomando conta de tudo e todos. A musica “Diversão” dos Titãs começa a tocar enquanto os dois correm por entre os demais fantasiados, sorrindo e parecendo não entender ou se dar conta do que os cerca. Eles chegam a uma mesa em um jardim, onde estão Kiko, fantasiado de “Black Power”, bebendo sem parar ao lado de Fabio, que esta fantasiado de agente secreto 007, embora todos digam que parece mais um garçom de restaurante chique. Enquanto Kiko bebe compulsivamente, Fabio, esta estirado sob a mesa, completamente bêbado. Ao chão, Carla, vestida de “Diaba Pornô”, agachada e vomitando sob o olhar perdido de Kiko. Tudo é muito rápido e intenso. Teo e Julia acabam de chegar à mesa, completamente alucinados, sem entender o porque Carla esta jogada ao chão, do lado da mesa, onde Kiko e Fabio estão escorados. Em pé, Teo e Julia se entreolham. No chão, Carla, limpa-se apos vomitar. Sentados na mesa, Fabio esta quase inconsciente. Kiko, ainda consciente, enrola a língua:

Kiko
- “Bunito” hein crianças...”Ti amo meu Brasil”...

Todos riem.

Corta Cena 04

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segunda-feira, 9 de junho de 2008

Saudade E Outras Dores - Capitulo 03

.Carla e Fabio.


Cena 03 – Int. Dia. Cozinha. Setembro. 2005.

O relógio na parede, acima da mesa, aponta 07:04 am. Uma luz matinal adentra por entre as grandes janelas que rodeiam a aconchegante e circular cozinha da casa de Fabio e Carla. Em pé, ao lado de uma farta mesa de café da manhã, Carla termina de ajeitar o cesto com pães, metódica, por diversas vezes muda de posição os alimentos da mesa, tentando encontrar uma melhor distribuição para eles, quando sua concentração é interrompida pela entrada de uma criança de aparentemente seis anos, seu filho, Téo, o nome, homenagem a um grande amigo que há muito não vêem. Apressado, ele põe sua mochila na mesa e corre para beijar sua mãe, que o trata como um bebê:

Téo
- Bom dia mamãezinha...

Carla, com um tenro olhar, da um delicado beijo em seu filho, um selinho:

Carla
- Bom dia meu anjo.

Teo come seu cereal. Carla toma seu café. Do corredor da sala que da para a cozinha, Fabio, o marido de Carla, aparece. Alto, expressão tranqüila, serena, aparenta o chefe de família perfeito. Um perfeito banana. Terminado seu café, Carla vai levantando-se da mesa levando sua xícara até a pia enquanto fala com Fabio, que brinca com Teo na mesa:

Carla
- Fabio, preciso ir, estou atrasada...(olhando o relógio)...Teo, vai escovar os dentes...tenho reunião com as “Senhoras Atuantes do Sagrado Coração de Jesus” para definirmos as doações, preciso fazer isto ainda essa semana...(pegando sua bolsa)...tenho o dia cheio no escritório...(pegando a mochila de Teo)...vem, Teo, vem meu anjo, mamãe tem muito o que fazer depois de deixa-lo na aula...

Delicadamente Fabio beija seu filho e com carinho ele olha para Carla, que o sorri de uma maneira mais fria, distante, quase formal. Teo pega sua mochila, dando a mão para sua mãe. Os dois saem pelo corredor que leva até a grande sala de estar da casa, com uma aconchegante lareira e um enorme lance de escadas que aponta um segundo andar ainda mais imponente. A sala possui uma bela vista para um verde e grande jardim. Carla parece tensa, sua expressão reflete a atitude que acabou de ter com seu marido ao sair da cozinha. Por um momento, ali no meio de sua imponente e silenciosa sala de estar, ela pára, solta a mão do filho, corre pelo corredor em direção a cozinha, onde Fabio termina seu café. E antes que ele perceba, Carla chega por trás dele, virando sua cadeira de frente para si, agarrando-o e dando-lhe um ardente beijo adolescente, deixando seu marido sem reação, para sua completa surpresa. Sensualmente ela o aperta, comprimindo seu corpo contra o dele. Fabio, atônito, apenas aceita tudo. Carla empurra-o contra a mesa:

Carla
- Você é muito importante pra mim viu...não esquece disso...muito importante mesmo...te “adouro” muito...muito.

Da mesma maneira intensa como entrou, Carla sai, deixando Fabio congelado, contra a mesa de café da manhã, expressão extasiada, apenas sorri, sozinho, feliz. Carla passa pelo corredor, saindo na sala de estar, onde Teo a espera, ela pega-o pela mão, saindo com ele em direção a garagem. O portão da garagem se abre. Ela da uma sutil piscadinha para Teo que lhe sorri de volta. Carla sai com o carro pelo elegante condomínio em que mora, quando percebe que no radio toca uma canção que a muito tempo não ouvia “Whishing(Is I Have a Fotogreafe of You” da banda Nouvelle Vague. Animada, ela cantarola junto a musica. Teo, sentado no banco de trás, parece imerso num mundo próprio. A caminho da escola é possível perceber o belo condomínio em que vivem, próximo a tudo, inclusive a escola do filho. Carla para o carro, beija Teo novamente com um selinho, perguntando-lhe:

Carla
- De quem é tudo isso que Deus fez??(sorrindo)

Teo
- É da minha mamãezinha.

Carla, parada dentro de seu carro, em frente a escola, vê seu filho entrar, e somente apos perde-lo de vista na entrada é que sai lentamente com seu carro em direção a “Sede das Senhoras Atuantes do Sagrado Coração de Jesus”. Poucas quadras depois da escola de Teo, ela para o carro em uma pequena praça arborizada, discreta. Ali naquela praça silenciosa e vazia, ela retira do seu porta luvas um maço de cigarros, acendendo um, olhando ao seu redor, dispersa. Ela da uma tragada, olha pelo espelho retovisor. Da outra tragada. Abaixa o espelho do motorista e se olha, sentindo-se desconfortável, aflita, quase chora. Ela é tomada por uma gama de sentimentos que a incomodam, perturbam. Da mais uma, duas, três tragadas de seu cigarro, olhando ao seu redor. E não mais que rapidamente sua feição muda, e para si, no espelho sorri, subindo o para sol. Em frente a Sede, ela para seu carro no estacionamento, caminha em direção ao saguão do prédio, pega o elevador, subindo até o sexto andar, entrando numa sala grande onde fica a sede. Chegando percebe que todas as demais senhoras, todas umas velhas dondocas e coloridas já estão presentes, apenas aguardando por Carla, que com um sorriso amarelo, a todas cumprimenta:

Carla
- Vocês hein...quando eu acho que vou ser a primeira a chegar...e então, todas animadas?

Ouve-se murmúrios e gargalhadas, pequenos gritos.

Corta Cena 03

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Saudade E Outras Dores - Capitulo 02

Sobe uma musica da banda Velvet Underground(Palle Blue Eyes) enquanto letterings de apresentação vão surgindo, intercalados por fotos, antigas, de diferentes texturas e épocas, todas mostrando cinco jovens, cinco amigos inseparáveis, em momentos diversos, sempre juntos, até o surgimento do ultimo lettering


“ Saudade e Outras Dores...
...uma história sobre clichês.”

.Julia.

Cena 02 Int. Quarto. Noite. Chuva. Setembro. 2005.

Chove forte. No despertador digital, 03:15 am. Uma triste melodia toca no radio relógio. Os relâmpagos iluminam o quarto revelando a bela mobília de estilo colonial até então iluminada tão somente pela luz fria de um pequeno abajour, do lado esquerdo da grande cama de casal. O imenso quarto dá uma idéia da imponência da casa. Um grande espelho que toma conta de uma das paredes reflete a bela vista do mar que o quarto de Julia possui. Ela esta sentada na ponta direita da cama. Cercada por presentes, que ao seu redor, misturam-se com álbuns de fotografias. Julia observa diversas fotos, cigarro por entre os dedos, olhar melancólico. Entre as muitas fotos espalhadas pela cama, Julia olha uma em especial, onde cinco amigos, todos fantasiados em uma festa, divertem-se. Diabas, black powers, colegiais, jovens fãs de ultra violência e Bethoven se misturam em suas fotografias. Quatro amigos sempre presentes a ela.
Julia olha fixamente, relembrando. Uma lagrima escorre por seu rosto. Ela fecha os olhos.

Corta cena 02

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Saudades e Outras Dores - Capitulo 01

Ao som de um violino surge um lettering apresentando


Silencio Filmes*

.Kiko.

Cena 01 – Ext. Set de Filmagem. Dia. Setembro. 2005

Sentado em frente ao espelho de um camarim um homem balsaquiano, trajando roupas de palhaço, se olha. Aos poucos vai retirando toda a sua maquiagem, e quanto mais ele retira, revelando seu rosto, mais triste se torna sua expressão. Seu olhar transmite muita dor e intensidade. Algumas lágrimas escorrem por seu rosto borrado, enquanto o homem termina de retirar sua carregada maquiagem.
A partir deste momento apresenta-se o camarim onde esta o palhaço, cercado de roupas e demais peças. Um pequeno set de filmagem revela-se. Ao fundo, por detrás de um pequeno monitor percebe-se um homem, aparência jovem, hipnotizado pela cena que presencia, ao seu redor outras pessoas. É Kiko Mendes, diretor, filmando seu mais novo longa metragem. Kiko, visivelmente emocionado caminha em direção ao ator/palhaço:

Kiko
- Corta! Corta!...Carlos...lindo cara, lindo...

Kiko abraça Carlos, o ator palhaço, e por um breve instante os dois parecem imersos em uma cumplicidade criativa, como se mais ninguém ali estivesse presente. Todos ao redor parecem desaparecer, por frações de segundos, apenas Kiko e Carlos ficam no set. Kiko caminha por entre o set, passando por araras, montes de roupas, objetos de cena, saindo nos fundos, entrando numa pequena sala onde senta-se atrás de uma mesa entulhada de papéis que parecem roteiros, montes de fotos, latas de negativos e um punhado de correspondências. Pela porta entra uma garota ruiva, óculos grandes chamando Kiko:

Garota Ruiva
- Kiko, temos meia hora ta?!

Kiko
- Ok...Karen?...essas correspondências chegaram agora?

Karen(garota ruiva)
- Não sei...mas acho que sim? Não tava esperando?

Kiko distraído olhando para as correspondências:

Kiko
- Não...(pausa)...sei...(pausa).

Enquanto passa os olhos pela correspondência, ele repara em um envelope em especial. Ao abri-lo percebe ser um convite de casamento no nome de Julia Albuquerque de Assis. Kiko fica estático, por um momento ele parece imerso em lembranças, convite as mãos, ele olha, em silêncio.

Corta Cena 01 - continua


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A Alegria de Hoje é a Tristeza de Amanhã

Eu fiquei tanto tempo fora...e continuo fora ainda...fora de mim, do mundo em que vivo, da sintonia que precisamos pra seguir em frente...

e nada mais parece ter sabor ou alegria..e cada vez mais parece tao dificil seguir em frente...quem foi mesmo que disse que depois de mais velhos, ficamos casca grossa?

eu to cada dia mais bunda mole...e cada dia mais sem vontade alguma...e o pior, eu em contraponto a isso tenho escrito muito...terminei dois roteiros, bem, na verdade terminei terminado um deles, que irei postar aqui... e estou terminando de afinar outro...e por isso tambem nao tenho escrito aqui,mas tambem nao tenho escrito aqui por falta de votade mesmo...

ah, eu ainda sinto uma puta falta dela, eu sei..e ela tambem sabe, como um doente maluco eu nao a deixo esquecer disso, todos os dias, importunando-lhe...e ainda acho na minha loucura que ela ira me perdoar...e como eu sei que to sendo maluco??...ora, é obvio isso, até um maluco consegue reconhecer sua falta de sanidade...

to tentando, eu juro, mas pela primeira vez na minha vida, eu sinto um gosto amargo de derrota na boca e nao consigo deixar de sentir pena de mim...que saco...

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